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sexta-feira, 30 de maio de 2014

A Primeira Convenção da Coalizão JS38




Tenho a honra de traduzir e apresentar A Primeira Convenção da Coalizão JS38, de autoria do estadunidense Fidelbogen. Para saber mais como surgiu a idéia, e do que se trata, clique em: O Manifesto da Coalizão JS38.


Por Fidelbogen

1. Nós repudiamos o uso da violência, salvo se a legítima defesa assim o exigir. Estamos preparados para enfrentar a violência de outras pessoas se estas a iniciarem.

2. Evitamos todas as formas de identificação racial, religiosa ou étnica. Consideramos essa identificação como uma forma de confundir o mensageiro com a mensagem, ou o pessoal com o político.

3. Como homens e mulheres não-feministas, evitamos denegrir o sexo oposto. Consideramos contraproducente tal expressividade, e acreditamos que cada indivíduo deve ser caracterizado por mérito.

4. Opomo-nos ao pensamento coletivista e totalitário. Além disso, classificamos a auto-identidade como um direito pessoal de propriedade — ou seja, um direito próprio da pessoa. Também classificamos a auto-identidade como um direito humano, puro e simples.

5. Valorizamos o autocontrole e a desenvoltura na comunicação oral e escrita. Somos a favor de um tom filosófico. Acreditamos que é uma boa prática “pensar como um advogado”.

6. Definimos o nosso método como algo baseado em consulta, em vez de baseado na teoria — embora seja verdade que nós teorizamos. Consideramos o regime feminista como algo sujeito a um inquérito, por isso, o feminismo nos deve respostas e não o inverso. Se declararmos que “o feminismo é x”, estamos antecipando a prova de que o feminismo NÃO é x, e esperamos que a nossa preocupação seja respeitosamente abordada.

7. Se uma determinada idéia não está expressamente mencionada neste documento, a idéia não pode ser atribuída ao documento. Igualmente, no entanto, não se pode dizer que o documento a exclui.

8. Nosso discurso será principalmente de caráter político ou histórico-mundial, situado sobre o “grande palco”. Assim, não vamos nos estender sobre as micro-realidades mundanas das relações pessoais ou sobre os quebra-cabeças os quais surgem nessa esfera.

9. Nós vamos fazer da mobilização contra o feminismo, nosso propósito principal, e vamos tocar em questões dos homens como um subconjunto desse tópico quando estivermos falando sobre os danos que o feminismo causa ao mundo. Por isso, consideramos que estamos atacando a raiz do problema, e não apenas os seus ramos.

10. Identificamos que a consequência de fato da inovação feminista tem sido a de transformar “homens” e “mulheres” em blocos de poder ou grupos de interesses políticos separados. Nós sustentamos que isso não é um bom augúrio para a viabilidade da civilização em longo prazo.

11. Reconhecemos que os homens, como grupo, não sabem que eles têm interesses políticos, como grupo, e que o referido desconhecimento os torna vulneráveis à erosão do seu bem-estar dentro da política social.

12. Asseveramos que todos os homens são homens, e não perdemos tempo discutindo o que é ou não um homem “de verdade”. Um homem pode ser um homem bom, um homem mau, ou um homem indiferente — de qualquer forma ele é um homem, e nunca inferior a um homem. Como homens, trataremos os outros homens com amor fraternal e tolerância, a menos que eles nos dêem razão para fazer o contrário.

13. Apoiamos a solidariedade política entre os homens não-feministas como uma parte indispensável do trabalho não-feminista em geral. Reconhecemos que o progresso político contra o feminismo não pode ser feito, a menos que um número crítico de homens adquira consciência política masculina.

14. Reconhecemos que o crescimento da consciência política masculina pode aumentar a divisão política homem-mulher e exacerbar os perigos inerentes a ela. No entanto, não podemos negar que o crescimento da consciência política masculina é NECESSÁRIA. Em conseqüência, reconhecemos que estamos num dilema “preso por ter cão, preso por não ter cão”. Isso é o que o feminismo nos trouxe, e uma compreensão sutil e de alto nível desta realidade é necessária, se esperamos nos livrar dele.

15. Reconhecemos que, lamentável que seja assim, os homens em número cada vez maior podem ter outra escolha que não a de “seguirem o seu próprio caminho”, mesmo em face do crescimento das condições antimasculinas. Não vamos julgá-los ou condená-los por conta disso. Esta não é uma declaração prescritiva, mas, sim, um prognóstico baseado na realidade, proferido no entendimento de que tais coisas podem ser prevenidas, e o pior evitado.

16. Afirmamos que homens e mulheres possuem, em média, diferenças biogenéticas com base em psicologia e comportamento. Sustentamos que é tolice fingir que tais diferenças, em média, não existem.

17. Afirmamos que a existência de um espaço social composto apenas por homens — sob a forma de grupos, clubes e organizações de qualquer tipo — é um FATOR POSITIVO. Defendemos que tais coisas devem fazer parte de qualquer sociedade futura à qual aspiramos, e que a formação de espaços apenas masculinos deve começar imediatamente.

18. Buscamos, do ponto de vista não-feminista, ocasionar uma descolonização. Para esse fim, nós reivindicamos um ponto de vista epistêmico independente do discurso feminista, e dessa perspectiva, nós desenvolvemos um contradiscurso.

19. Corroboramos que a comunidade não-feminista tem um poder autônomo em relação à comunidade feminista. Como tal, será exigida cortesia diplomática da comunidade feminista.

20. Defendemos a prerrogativa de definir o feminismo à luz do nosso próprio estudo, independentemente da objeção feminista a tal procedimento. Colocando isso de forma simples, o feminismo, categoricamente, É o que NÓS dizemos que ele é. Nossa autoridade para fazer essa declaração é igual a qualquer outra, e nossa audácia em fazê-la assinala uma violação da autoridade previamente aceita. Como tal, a nossa ação é revolucionária.

21. Quando afirmamos que “o feminismo é x”, estamos descrevendo aquilo que o feminismo é PARA NÓS, a partir de um ponto de vista não-feminista epistêmico, em termos de nossa experiência e nossa observação. Gostaríamos de ressaltar que as feministas sempre fizeram o mesmo a partir de seu próprio ponto de vista, e gostaríamos de assegurar que elas têm o direito ao seu próprio uso lingüístico dentro de sua própria comunidade. No entanto, quando se aventuram no mundo em geral, elas não devem presumir-se sobre os usos lingüísticos dos outros.

22. Reconhecemos que as questões feministas e seus pontos de discussão, quer sejam tratados individualmente, quer estejam dispostos em uma lista, não são o feminismo em si. O feminismo, como um objeto, é transcendente. Ele é maior do que a soma de suas questões e seus pontos de discussão. Ele é, de fato, uma visão de mundo. Por essa razão, é possível concordar com um feminista em um grande número de pontos, e ainda ser inflexivelmente contra o feminismo como tal.

23. Afirmamos que o feminismo gera uma nuvem de inconsistência ou indefinição sobre si mesmo, e muda de um conjunto de regras para outro, conforme dita a necessidade. À luz disso, o nosso esforço será o de infundir ao feminismo as restrições de um jogo finito.

24. Identificamos que o feminismo é um produto de todo o espectro cultural, e não apenas da Esquerda política, como muitos têm insistido.

25. Afirmamos que o feminismo, como um projeto cultural, visa aumentar o poder individual e coletivo das mulheres, sem nenhum limite. A essa luz, o nosso esforço será o de infundir ao feminismo as restrições de um jogo finito.

26. Afirmamos que a campanha feminista para aumentar o poder feminino envolve um ataque intencional aos homens e às propriedades que caracterizam o sexo masculino como tal.

27. Identificamos que, de acordo com o feminismo, tudo de errado que acontece com o mundo flui de uma fonte masculina, ou, como diz o ditado, que “os homens são o problema”. Trabalhamos para desmascarar essa maneira de pensar onde quer que ela surja.

28. Afirmamos que homens e mulheres compartilham da mesma ecologia social, e que causar danos a qualquer parte deste sistema irá gerar conseqüências sistêmicas. Conseqüentemente, consideramos que o ataque do feminismo aos homens equivale a uma guerra de agressão contra o mundo em geral, e que esta guerra vai prejudicar tanto os homens, quanto as mulheres.

29. Afirmamos que o feminismo é dinâmico, que ele deverá permanecer perpetuamente em movimento, e que, se forçado a tornar-se estático, ele morreria. Referimo-nos a essa condição como “revolução perpétua”. A essa luz, o nosso esforço será o de infundir ao feminismo as restrições de um jogo finito.

30. Estamos plenamente cientes de que a campanha feminista de “igualdade” entre os sexos é repleta de hipocrisia na prática. Além disso, percebemos que o termo “igualdade” em si, como uma abstração livre-flutuante, é profundamente problemático.

31. Afirmamos que existe um tabu cultural contra a crítica aberta ao feminismo. Propomo-nos a violar esse tabu de uma forma metódica e calculamos o efeito que tal violação irá produzir.

32. Afirmamos que há um tabu cultural contra o reconhecimento do sofrimento masculino e contra o reconhecimento de que a vida do homem tem valor inerente. Alguns têm chamado isso de “descartabilidade masculina”. Propomo-nos a violar esse tabu de uma forma metódica e calculamos o efeito que tal violação irá produzir.

33. Fazemos um apelo para o fim do total controle feminista no campo da educação pública.

34. Fazemos um apelo para uma auditoria intelectual completa de todas as reivindicações e teorias feministas, a partir de um ponto de vista não-feminista epistêmico. Conclamamos acadêmicos credenciados a participar deste trabalho, juntamente com todos os tipos de pessoas de todos os lugares.

35. Afirmamos que a misandria (hostilidade para com os homens e com tudo o que é característico do sexo masculino) é uma coisa real, com presença cultural e institucional.

36. Afirmamos que a misandria e a misoginia são dois aspectos de uma unidade subjacente, que não podem ser compreendidas separadamente, e que elas aumentam ou diminuem em proporção direta uma com a outra.

37. Afirmamos que a misandria, em vez da misoginia, é a força motriz primária por trás da crise atual.

38. Estamos convictos de que o feminismo radical, longe de estar à margem do movimento como muitos insistem, é a “vareta do combustível” de todo o feminismo. Sem alguma forma de feminismo radical, em essência, não haveria absolutamente nenhum feminismo.

39. Afirmamos que o crescimento da liberdade sem responsabilidade é pernicioso, e estamos plenamente cientes de que o feminismo, como movimento e como uma ideologia, tem incentivado precisamente esse crescimento entre a população feminina.

40. Buscamos gerar solidariedade entre as pessoas não-feministas de todos os tipos, em todo o mundo. Procuramos incutir-lhes um entendimento comum sobre o que o feminismo é, e como ele funciona.

41. Asseveramos que o feminismo é como um produto que é colocado à venda, mas que ninguém é obrigado a comprá-lo.

42. Asseveramos que os homens e mulheres não-feministas não têm nenhuma obrigação de se manterem atualizados com o discurso na comunidade feminista. Na verdade, o negócio é o contrário: a comunidade feminista é que deve ouvir com sensibilidade o que homens e mulheres não-feministas estão dizendo, e tratar respeitosamente quaisquer preocupações que possam ser levantadas por eles.

43. Sustentamos que o feminismo, em sua forma ideológica e politizada, foi imposto ao mundo como uma inovação social e que a população impactada nunca foi consultada sobre o assunto. Por esse motivo, entre outros, vemos o feminismo como um agressor primário.

44. Sustentamos que o agressor, em qualquer conflito, é quem define os termos de compromisso. O feminismo, como um agressor primário, presumivelmente encontrar-se-á envolvido com os termos os quais ele (o agressor) originalmente estabeleceu. Não há razão para não nos anteciparmos a essa situação, já que nunca conhecemos o mundo a operar de outra forma.

45. Em conversas de natureza política ou doutrinária, cada feminista deve identificar-se abertamente, ele ou ela, como um feminista, e fazê-lo logo no início da discussão. Negligenciar este ponto será considerado uma quebra de protocolo. A quebra continuada de tal protocolo, após ser informado do mesmo, será considerada um ato de agressão feminista.

46. A falta do uso do tato diplomático de qualquer feminista, ao lidar com a comunidade não-feminista, será considerado um ato de agressão feminista. Dado que o feminismo é o agressor primário, o principal encargo em estabelecer uma confiança diplomática recairá sobre o feminismo então, e cada feminista que deseja apostar com o nosso lado deve exercer especial diligência a este respeito.

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Fidelbogen. The Prime Convention of Coalition JS38. Tradução de Charlton Heslich Hauer. [s.1.]: THE COUNTER-FEMINIST, 2013. Disponível em: <http://coalitionjs38.blogspot.com/>. Acesso em: 30 maio 2014.